Queima do Judas de Vila do Conde 2006
quinta-feira, maio 25, 2006
sexta-feira, abril 28, 2006
S.O:S.
De forma a satisfazer alguma voracidade no desejo de ver aqui neste espaço fotos do espectáculo, agradecia a quem tivesse na sua posse registos do mesmo, os enviasse para queimadojudas2006@hotmail.com.
Obrigado
quarta-feira, abril 26, 2006
quinta-feira, abril 20, 2006
Testamento do Judas
Testamento do Judas
Tendo a barca o bojo adoentado
Por teimosia perdi o bom lastro
E vogando de peito endiabrado
Ofereci ao mar um lauto repasto
Ofereci ao mar um lauto repasto
Quase matei os donos da nação
Não medindo em erro tão vasto
Que do meu corpo se fará carvão
Que do meu corpo se fará carvão
Para que fique perpétuo o exemplo
Pois é do fado e da boa tradição
Sofrer o traidor grande tormento
Sofrer o traidor grande tormento
Já disso fizestes um ponto assente
Mas esqueceis que é no sofrimento
Que a minha alma se ri do presente
Visto que a dor não posso remediar
Apresso a entrega das lembranças
Para que o riso bem possa germinar
Com muito acerto nas vossas danças
Tinha na lábia dourado quintal
E muita muita fome no dente
Sua ambição parecia de chacal
Queria a coroa de presidente
Não deixando oxidar o trilho
O governante alinhou na batota
Pois a marmótia dava-lhe o milho
E a luz de um altar bem janota
Como não ignoro os seus feitos
Entrego-lhe a bela fotografia
Daqueles cadáveres sem peitos
Para que goze da boa democracia
Às damas da lucrativa finança
Que têm pata muito aguerrida
Deixo com gosto e sem bonança
A gripe das aves tão prometida
Ao repórter que está na berra
E conhece os truques do dono
Deixo caneta pra fazer guerra
Às boas consciências do trono
Se bem usais os pés para rezar
E alegrais as almas com cantigas
Dou-vos para que possais relaxar
Os sábios dedinhos das raparigas
Aos clandestinos eu quero dar
Uma pátria sem guerra e fome
Para que bem possam eliminar
Da vida as razões do seu nome
À médica que bem atende
A marinhagem escorreita
Ofereço óleo e semente
Para a galheta ser perfeita
Aos meus homens peço perdão
Por lhes roubar o seu sustento
Pois tive mais gula que um leão
E saio agora como um jumento
À rendilheira pra ser satisfeita
E agarrar o tão desejado petisco
Dou-lhe mezinha e boa receita
Para poder arpoar o beiço arisco
Não sendo avaro na generosidade
E não tendo doações imperfeitas
Ofereço à mui dinâmica edilidade
Conselho para reparar as maleitas
Sendo o areal muito claro
E o alcatrão baço e bruto
A marginal em gesto raro
Faz homenagem ao luto
Ofereço ao digno engenheiro
Da tão arrojada ponte da doca
Um livro da arte bem porreiro
Pra que não faça mais marosca
Desejo o fim da tortura
Ao coreto que foi lacrado
Pois a estranha diabrura
Deixa o imóvel desfigurado
Tão alto que bem parece
Ter até o céu ameaçado
Já o esquadro padece
Por ser tão mal cuidado
Ofereço ao café concerto
Nova dose de criatividade
Pois a pose dos robertos
Não são a luz desta cidade
Aos canídeos com raro pedigree
Que não querem o dono borrado
Ofereço-lhes as fraldas que vi
Expostas num bom hipermercado
Já não tenho mais pavio
Nem dou pra mais dança
Ao fogo ofereço-me vazio
Pra que tenhais abastança
quarta-feira, abril 12, 2006
press release
No próximo sábado, 15 de Abril de 2006, irá decorrer a Queima do Judas de Vila do Conde. Esta terá lugar pelas 22 horas em frente ao Tribunal de Vila do Conde. A iniciativa é promovida pela Escola Profissional de Vila do Conde em colaboração com várias instituições e associações locais: Câmara Municipal de Vila do Conde, Junta de Freguesia de Vila do Conde, Círculo Católico de Operários, Grupo Desportivo e Cultural de Azurara, Associação Cultural e Desportiva de Mindelo, Rancho da Praça, Escola Secundária José Régio.
Envolvidas na construção deste espectáculo de cariz teatral, estão cerca de cem pessoas, amadoras e profissionais. A equipa artística é dirigida por João Pedro Azul e Pedro Correia que através desta tradição popular visam trazer a arte e a cultura para a rua, aproximando-as novamente do povo. No espectáculo haverá um cruzamento de várias linguagens: o teatro, a música, a dança, o circo, o vídeo, a poesia. Um encontro entre contemporaneidade e tradição cujo fim é a celebração da chegada da primavera. Um exorcizar de todos os males associados ao Inverno. Ou ao Judas, Ou sabe-se lá a quem…